A arrecadação líquida de tributos federais de R$ 2,21
trilhões, em 2024, não foi suficiente para superar no ano os gastos públicos do
governo Lula que chegaram a R$ 2,25 trilhões.
Os dados são do Tesouro Nacional e foram corrigidos pela
inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Com isso, as contas do governo federal tiveram um déficit
de R$ 43 bilhões em 2024. O resultado é menor que o rombo de R$ 228,5 bilhões
observado em 2023. O saldo
negativo no ano passado equivale a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB) – que é
a soma de todos os bens e serviços produzidos no país
O aumento da arrecadação somente de tributos da União foi
de 8,9% em comparação com 2023, sendo este o maior valor em termos reais da
série histórica, iniciada em 1997.
Arrecadação total de impostos federais, estaduais e
municipais
Já a arrecadação total de impostos, que inclui os repasses
do Tesouro para os fundos municipais e estaduais, além de outras transferências
da União, alcançou R$ 2,65 trilhões em 2024, com alta real de 9,62% na
comparação com 2023, segundo anunciou a Receita Federal.
Segundo a Receita, a tributação de fundos exclusivos e
fundos offshore geraram R$ 20,6 bilhões adicionais, além de uma arrecadação
atípica de R$ 4 bilhões de IRPJ e CSLL. De forma negativa, a receita perdeu
ainda R$ 2 bilhões no ano passado com a desoneração de combustíveis.
Fontes de renúncia fiscal
O governo federal deixou de arrecadar R$ 124,996 bilhões no
ano passado por causa de desonerações tributárias. O dado representa queda de
R$ 14,352 bilhões em relação a 2023.
As fontes de renúncia do governo federal em 2024 foram:
PIS/Cofins sobre combustíveis (R$ 2 bilhões); Imposto sobre Produtos
Industrializados (R$ 2,032 bilhões); cesta básica (R$ 662 milhões); transporte
coletivo (R$ 662 milhões); entidades beneficentes (R$ 1,384 bilhão); lucro
presumido (R$ 1,784 bilhão); outros, no qual entra o Simples Nacional (R$
116,473 bilhões).
Origens da arrecadação
Entre as origens de arrecadação de 2024, a principal fonte
foi a receita previdenciária, com R$ 685,012 bilhões (alta de 5,34% em relação
aos R$ 650,288 bilhões de 2023). Em segundo lugar entre os fatores de maior
contribuição para o resultado de novembro ficou o Cofins/Pis-Pasep, com R$
541,743 bilhões (ante R$ 456,784 bilhões, em 2023). Ou seja, expansão de
18,60%. O terceiro lugar foi ocupado por IRPJ/CSLL, com R$ 502,720 bilhões
(crescimento de 2,85% frente os R$ 488,766 bilhões de 2023).
A maior parcela (R$ 288,621 bilhões) foi oriunda de
entidades financeiras, o que representa alta de 7,69% sobre 2023 (R$ 268,019
bilhões). Já os recolhimentos provenientes do comércio atacadista somaram R$
171,285 bilhões no ano passado, alta de 20,30% sobre os R$ 142,381 bilhões do
ano anterior. Em terceiro lugar ficou o setor de combustíveis, com R$ 105,354
bilhões (elevação de 17,60% em relação aos R$ 89,584 bilhões de 2023).