A Receita Federal registrou a arrecadação de R$ 110,85 bilhões, em junho passado, um crescimento real (descontada a inflação pelo IPCA) de apenas 2,01%, em relação a junho de 2017. No período acumulado de janeiro e junho de 2018, a arrecadação alcançou R$ 714,25 bilhões, um acréscimo de 6,88% comparando com o mesmo período do ano passado.
Não fossem royalties e receitas não recorrentes, como as de programas como o Refis, a arrecadação teria caído 0,5% no mês passado. As receitas não administradas pela Receita Federal, integradas principalmente por royalties de petróleo, cresceram 46,7%, somando R$ 2,7 bilhões. A alta se deu pelo aumento no preço do petróleo e pela desvalorização do real.
A greve dos caminhoneiros pegou em cheio a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que caiu 14,3% em junho.
“A greve dos caminhoneiros afetou duramente a atividade industrial e também houve impacto nas vendas de bens. Grande parte dos tributos recolhidos em junho tem seus fatos geradores em maio”, declarou o chefe de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias, ao anunciar os resultados da arrecadação tributária.
Por sua vez, o recolhimento do Imposto de Renda e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas cresceu 12% em junho, a metade do percentual registrado no mês anterior.
“Ainda veremos parte dos efeitos da greve dos caminhoneiros na arrecadação de outros meses, mas é possível que parte desse impacto seja recuperada até o fim do ano, a depender do desempenho das empresas. Cada setor vai se recuperar em um ritmo diferente”, disse o porta-voz da Receita Federal.
As receitas com o Imposto de Renda Pessoa Física sobre rendimentos de capital caíram 27,9% no mês passado. A queda deste tributo foi de 16,4% no primeiro semestre.
O recolhimento de PIS/Cofins, que incide sobre o faturamento das empresas, subiu 12,6%, enquanto o do IRPJ/CSLL cresceu 5,3%.