sexta-feira, 22 de julho de 2022

Arrecadação tributária passa de R$ 1 trilhão já no primeiro semestre do ano



A arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu a marca de R$ 1,089 trilhão no primeiro semestre, um aumento de 11% comparando com o mesmo período de 2021, quando foi de R$ 882 bilhões. Ou seja, nesse ritmo, a arrecadação deverá fechar o ano nos R$ 2,50 trilhões.

O resultado positivo foi divulgado ontem (21/07) pela Receita Federal, após fechar o desempenho das receitas federais no mês de junho, quando foram arrecadados R$ 181 bilhões, com aumento real (descontada a inflação) de 18%, na comparação com o mesmo mês de 2021. 

Tanto a marca de arrecadação semestral quanto a marca mensal em junho foram as maiores para os mesmos períodos desde o início da série histórica, iniciada em 1995.

Com sempre tenho ressaltado no BLOG, a arrecadação do mês de junho confirma o firme recrudescimento da atividade econômica este ano. Não é por acaso que as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foram elevadas para 2%, após previsões negativas de recessão econômica feitas nos primeiros meses do ano por fontes do setor privado. Na realidade, as receitas tributárias federais vêm aumentando mês a mês.

Ao comentar os números recordes da arrecadação tributária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou claro que “o grande vetor desse aumento de arrecadação foi exatamente o lucro das empresas, que veio bem acima do que estava previsto e bem acima das bases estimadas ao longo de 2021". E acrescentou: "Isso confirma as nossas previsões de que o crescimento brasileiro ia surpreender. Começamos o ano com previsões de que o PIB (Produto Interno Bruto) ia cair 1,5% e agora as projeções são de um crescimento de 2%”.

A Receita Federal atribuiu o aumento da arrecadação em junho deste ano “principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos” de IRPJ e CSLL. A arrecadação dos dois impostos alcançou R$ 34,27 bilhões no mês, alta de 37,47%, já descontada a inflação, em relação ao mesmo período do ano passado. Diz o relatório da Receita Federal: "Importante observar que houve pagamentos atípicos de, aproximadamente, R$ 6 bilhões, por empresas ligadas ao setor de commodities”.

Também contribuíram positivamente a receita previdenciária, que teve arrecadação de R$ 44,5 bilhões, com acréscimo real de 10,8% e os tributos federais PIS/Pasep e Cofins, que apresentaram, juntos, uma arrecadação de R$ 34,2 bilhões, representando alta real de 11,8%.

Destaques do período de janeiro-junho de 2022, segundo a Receita Federal

O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido totalizaram uma arrecadação de R$ 258.492 milhões, com crescimento real de 21,54%. Esse desempenho é explicado pelos acréscimos de 83,05% na arrecadação relativa à declaração de ajuste do IRPJ e da CSLL, decorrente de fatos geradores ocorridos ao longo de 2021, e ao acréscimo de 19,32% na arrecadação da estimativa mensal. Destaca-se crescimento em todas as modalidades de apuração do lucro. Além disso, houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 26 bilhões, especialmente por empresas ligadas à exploração de commodities, no período de janeiro a junho deste ano, e de 20 bilhões, no mesmo período de 2021.

O IRRF - Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 43.867 milhões, com acréscimo real de 62,82%. Esse resultado pode ser explicado pelos acréscimos nominais 210,59% na arrecadação do item “Fundos de Renda Fixa”, e de 137,59% na arrecadação do item “Aplicação de Renda Fixa (PF e PJ)”.

A Receita Previdenciária teve arrecadação de R$ 261.182 milhões, com acréscimo real de 6,52%. Esse resultado pode ser explicado pelo aumento real de 11,54% da massa salarial e pelo aumento real de 38,40% na arrecadação da contribuição previdenciária do Simples Nacional de janeiro a junho de 2022, em relação ao mesmo período de 2021. Além disso, houve crescimento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18.

Destaques de junho de 2022, segundo a Receita Federal

O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido totalizaram uma arrecadação de R$ 34.269 milhões, com crescimento real de 37,47%. Esse resultado explica-se pelo acréscimo de 45,10% na arrecadação da estimativa mensal. Importante observar que houve pagamentos atípicos de, aproximadamente, R$ 6 bilhões, por empresas ligadas ao setor de commodities.

O IRRF - Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 15.207 milhões, com acréscimo real de 97,42%. Esse resultado pode ser explicado pelos acréscimos nominais de 176,42% na arrecadação do item “Fundos de Renda Fixa”, e de 166,26% na arrecadação do item “Aplicação de Renda Fixa (PF e PJ)”.  Lembra-se que no mês de junho ocorre a arrecadação do chamado come-cotas para os fundos de renda fixa.

A Receita Previdenciária teve arrecadação de R$ 44.516 milhões, com acréscimo real de 10,80%. Esse resultado pode ser explicado pelo aumento real de 4,01% da massa salarial e pelo bom desempenho da arrecadação do Simples Nacional em relação à junho de 2021. Além disso, houve crescimento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18.

O PIS/Pasep e a Cofins apresentaram, no conjunto, uma arrecadação de 34.241 milhões, representando crescimento real de 11,80%. Esse resultado se deve aos seguintes fatores: descréscimo real de 0,70% no volume de vendas (PMC-IBGE) e acréscimo real de 9,20% no volume de serviços (PMS-IBGE) em maio de 2022 em relação a maio de 2021, desempenho da arrecadação do setor de combustíveis e do comércio varejista, e decréscimo de 14,99% no volume das compensações tributárias em relação ao período anterior.