quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Trump quer também repatriar ativos de empresas aplicados fora dos EUA

Enfrentando em seu programa econômico e de política social duras críticas da oposição e de economistas estadunidenses, o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, além de acenar com uma redução da carga tributária sobre as empresas, de cerca de 40% atuais, para 15%, e outras isenções, com a meta de tornar os Estados Unidos “uma nação grande novamente”, pretende também, a exemplo do que fez o governo brasileiro, baixar uma legislação visando a repatriação, ou seja, a regularização de ativos de pessoas jurídicas aplicados no estrangeiro. Estima-se que exista um potencial para os Estados Unidos repatriarem perto de US$ 2 trilhões em lucros mantidos em outros países por empresas estadunidenses.

Interessante verificar que um Presidente que foi eleito com a fama de ser um tanto quando doido ou excêntrico fale que vai diminuir impostos das empresas, enquanto todo o resto do mundo inteligente só vê saída para suas crises criadas por seus políticos corruptos aumentando impostos e o sofrimento do povo.

O Presidente excêntrico procura capitalizar a economia estadunidense e fazer dobrar o índice de crescimento econômico dos atuais 2%, para 4%, como sinalizou em sua campanha, não aumentando, mas, reduzindo impostos.

Contribuintes deixam de pagar multa e arrecadação efetiva 
cai mais que o estimado pela Receita Federal

Enquanto isso, o nosso governo brasileiro conseguiu com o programa de regularização de ativos arrecadar R$ 46,8 bilhões, ou seja, R$ 4,15 bilhões abaixo da quantia de R$ 50,9 bilhões, divulgada inicialmente logo após o fim do prazo para a declaração de ativos (31/10/2016).

A Receita Federal explicou que a arrecadação efetiva da repatriação caiu porque 161 contribuintes chegaram a declarar valores mantidos no exterior, mas não pagaram multa e imposto de renda previstos na Lei 13.254/2016. A maior parte dos R$ 4,1 bilhões que deixaram de ser arrecadados é devida por apenas sete contribuintes (duas empresas e cinco pessoas físicas), segundo a Receita Federal.

Prometeu a Receita Federal corretamente abrir procedimento fiscal junto a esses contribuintes para verificar a veracidade e autenticidade das informações transmitidas, e cobrar, se for o caso, o imposto de renda devido, junto com a multa de ofício.

Estes contribuintes ou foram mal assessorados ou fazem parte do grupo definido por Nelson Rodrigues, que disse que o mundo um dia seria dominado por idiotas, não por sua qualidade, mas, pela quantidade, já que são muitos.

Só esperamos que a arrecadação abaixo do estimado não motive nossas autoridades a tentar aumentar tributos antes de cortar as mordomias existentes em todos os três poderes da República.

Isto, se ocorrer, como diz um conhecido apresentador de TV, seria uma vergonha.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Governo poderia ter arrecadado muito mais com a Lei de Regularização de Ativos

Um dia após o encerramento do prazo de 210 dias da repatriação, o governo anuncia que arrecadou R$ 50,9 bilhões com a lei de regularização de ativos, porém, como alertei por diversas vezes publicamente desde o debate em torno desta matéria ainda no governo da presidente Dilma Rousseff, o governo poderia ter arrecadado muito mais, se a Lei 13.254/2016 e a própria Receita Federal tivessem sido mais amigáveis aos contribuintes.

As estimativas iniciais deste regime eram de que havia um potencial para arrecadar mais de R$ 100 bilhões. O governo arrecadou R$ 50,9 bilhões, referente a uma regularização total de recursos de R$ 169,9 bilhões, por parte de 25.114 pessoas físicas e 103 pessoas jurídicas. O total arrecadado pela Receita Federal corresponde à cobrança de 15% de Imposto de Renda mais 15% de multa sobre o saldo declarado pelo contribuinte.

Como brasileiro deixa tudo para a última hora, cerca de 44% dos contribuintes deixaram para fazer as suas declarações de regularização de ativos no exterior, somente na semana passada.

A lei prevê também anistia às pessoas que aderiram ao programa dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsificação de dados.

Receita Federal troca informações com o Fisco de outros países

Ao divulgar os resultados da repatriação, o Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, salientou que, a partir do ano passado, a Receita passou a estar mais equipada para detectar recursos mantidos ilegalmente no exterior após ter firmado um convênio de troca de informações com o Fisco dos Estados Unidos. "Além disso, aderimos a uma convenção multilateral, que envolve 97 países, onde teremos troca automática de informações tributárias a partir de 2018, referentes a dados de 2017", disse.

Vamos agora testemunhar se as informações divulgadas sobre troca de informações realmente se concretizam.

Para a Receita Federal, o programa foi bem-sucedido em comparação com similares realizados por outros países.

"É bom lembrar que este é um programa de adesão voluntária. Dos 47 países da OCDE, 38 adotaram programas com o mesmo objetivo de regularizar ativos no exterior não declarados aos seus respectivos fiscos. Se compararmos os nossos resultados com os de outros países, veremos que o programa foi bem-sucedido", afirmou o Secretário da Receita. "Desde 2009, os Estados Unidos arrecadaram US$ 9 bilhões, enquanto nós arrecadamos mais de US$ 15 bilhões neste ano".

Quem não aderiu à repatriação precisará retificar suas declarações anteriores de Imposto de Renda pagando as alíquotas mais altas do Imposto de Renda do que do programa de regularização. "Agora, a fiscalização da Receita vai agir normalmente, como em qualquer outro caso", afirmou o Secretário da Receita.

A arrecadação da Lei de Repatriação será usada, segundo o governo, para cobrir contas a pagar que ainda estão em aberto de obras e programas do governo petista. Os recursos também serão empregados para a consolidação do resultado fiscal do setor público, já que uma parte da arrecadação vai para Estados e Municípios.