"O Brasil foi derrubado pela pandemia e se levantou", declarou hoje à imprensa o Ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrando seu entusiasmo pelos ótimos resultados da arrecadação tributária federal no primeiro trimestre anunciados pela Receita Federal.
A Receita Federal informou que, em março último, o governo
federal arrecadou R$ 137,93 bilhões em impostos, contribuições e outras
receitas, com alta de 18,49% acima da inflação, em relação a março do ano
passado.
Este é o maior valor arrecadado da série histórica para meses
de março, com início em 1995, segundo a Receita Federal. Em relação a fevereiro
deste ano, houve aumento de 7% no recolhimento de impostos.
No primeiro trimestre, a arrecadação federal somou R$ 445,9
bilhões, com alta de R$ 5,64% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em relação ao primeiro trimestre do ano
passado. O resultado para os três primeiros meses do ano também é recorde.
"Tivemos os melhores desempenhos arrecadatórios já
registrados na série histórica com
aumentos reais expressivos", afirmou o ministro Guedes.
Contribuíram para o bom resultado em março o recolhimento
atípico de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL) de cerca de R$ 4 bilhões por algumas grandes empresas
de diversos setores econômicos. Nos três primeiros meses do ano, o recolhimento
destes dois tributos somou R$ 10,5 bilhões, contra R$ 2,8 bilhões no mesmo
período do ano passado. A arrecadação total de IRPJ e da CSLL subiu 44,84%
acima do IPCA em março na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Recuperação em todos os setores da economia
Paulo Guedes avaliou que os resultados mostram a recuperação
de todos os setores da economia, até mesmo o comércio, um dos mais atingidos
pelo surto da covid: "Por um lado, o nível da arrecadação prova o avanço
da produção. Por outro lado, os índices da atividade econômica superam as
expectativas e, ainda de outro lado, o ritmo de geração de empregos na economia
formal mostra que o Brasil foi derrubado pela pandemia, se levantou e se
recuperou em V, registrando um ritmo expressivo no 1º trimestre".
A Receita Federal ressaltou que a arrecadação recorde em
março refletiu ainda o aumento de lucros de grandes empresas, que haviam
estimado ganhos menores no início deste ano e tiveram de fazer a retificação na
declaração de ajuste. Para as médias empresas, que declaram pelo lucro
presumido, a arrecadação também aumentou.
A arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) subiu 27,75%
acima da inflação. Apesar de as vendas de bens terem caído 1,9% e as de serviço
terem recuado 2% em março, a alta de preços de produtos importados e a redução
de compensações tributárias (quando o empresário compensa prejuízos com o
abatimento dos tributos) mantiveram as receitas em alta.
Imposto de Importação e IPI arrecadaram mais
A alta do dólar, que se reflete em preços mais altos em
reais, também ajudou a impulsionar em 50,92% acima da inflação o recolhimento
do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
para mercadorias do exterior em março na comparação com março do ano passado.
Mesmo o valor em dólar das importações tendo caído 5,16%, na mesma comparação,
a desvalorização do câmbio elevou a arrecadação em reais.
Eufórico, o ministro Paulo Gudes comentou:
"Acredito que vamos entrar no 2º semestre com outra visão das possibilidades do país e um ritmo de crescimento bem mais forte e com a saúde da população preservada. Esse resultado de recuperação forte mostra uma enorme capacidade de adaptação das empresas brasileiras em meio ao tusunami da pandemia. As maiores empresas, listadas na Bolsa, conseguiram se recuperar e se recompor, registrando aumento de receita, redução de custos e aumento de lucros.”