O confinamento total da população determinado por governadores e prefeitos nas principais cidades do País e as medidas adotadas para amenizar a paralisação da atividade econômica fizeram com que a arrecadação de impostos e contribuições caísse cerca de R$ 43 bilhões até abril, segundo cálculos da Receita Federal do Brasil divulgados ontem (21/05/2020).
A arrecadação total das Receitas Federais atingiu, em abril de 2020, o valor de R$ 101,1 bilhões, registrando decréscimo real (IPCA) de 28,95%, em comparação com abril de 2019. Esta é a menor arrecadação de tributos mensal registrada desde 2007.
No período de janeiro a abril de 2020, a arrecadação tributária alcançou o valor de R$ 502,2 bilhões, representando um decréscimo pelo IPCA de 7,45%, em relação ao mesmo período de 2019.
Quanto às Receitas Administradas pela RFB, o valor arrecadado, em abril de 2020, foi de R$ 93.332 milhões, representando um decréscimo real (IPCA) de 28,79%, enquanto no período acumulado de janeiro a abril de 2020, a arrecadação alcançou R$ 476.811 milhões, registrando decréscimo real (IPCA) de 7,71%.
Segundo o Chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, auditor-fiscal Claudemir Malaquias, o resultado tanto do mês quanto do período acumulado foi bastante influenciado pelos diversos diferimentos decorrentes da pandemia de coronavírus.
Adiamento de pagamento de impostos e contribuições
Os diferimentos somaram cerca de R$ 35 bilhões. As compensações aumentaram 25,19% no mês de abril de 2020 e de 46,91% no primeiro quadrimestre. Destaca-se, ainda, que no período observaram-se receitas extraordinárias de IRPJ/CSLL que contribuíram para o resultado.
O próprio chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal disse que as consequências das medidas adotadas pelo governo para minimizar os efeitos do coronavírus, como adiamento de pagamento de impostos e contribuição e a paralisação da economia, fizeram as receitas caírem R$ 43,080 bilhões , em abril, em relação ao programado inicialmente.
A Receita Federal calculou o impacto na redução de receitas no mês passado como sendo de R$ 4,208 bilhões. “A redução na arrecadação de R$ 4,208 bilhões se deveu ao impacto da retração na atividade por causa da medida de distanciamento social”, disse Malaquias, acrescentando que esse fator respondeu por 9,8% da queda da arrecadação em abril.
Quanto ao aumento das compensações tributárias, o porta-voz da Receita Federal creditou à perda de liquidez das empresas devido à crise. Neste cenário de retração econômica e de isolamento social, as empresas passaram a “lançar mão” do direito de créditos, salientou.
A decisão de zerar a alíquota do IOF das operações de crédito representou uma perda de R$ 1,567 bilhão ou o equivalente a 3,6%.
A arrecadação de PIS/Cofins teve redução real de 51,98% em abril atingindo R$ 12,947 bilhões
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A receita da contribuição à previdência caiu 33,20%, para R$ 23,283 bilhões.
O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)/Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) diminuiu 4,73%, para R$ 23,188 bilhões.
Em abril, somente as receitas administradas pela Receita tiveram redução real de 28,79%, somando R$ 93,332 bilhões, na comparação com a mesma base de comparação do ano passado. A queda nominal ficaria em 27,08%. No ano, as receitas administradas somaram R$ 476,811 bilhões, um decréscimo real de 7,71%% e nominal de 4,48% Já a receita própria de outros órgãos federais (que inclui os dados de royalties de petróleo, por exemplo) foi de R$ 7,822 bilhões no mês passado, queda real de 30,75% na comparação com o mesmo mês de 2019.