No ano passado, 869,3 mil contribuintes caíram na malha fina
do Leão da Receita Federal, de um universo de 36,8 milhões de declarações
entregues ao Fisco, e o principal motivo foi a omissão de rendimentos, com
41,4% das ocorrências, seguido por falta de comprovação de dedução,
responsáveis por 30,9% das declarações retidas em 2021.
Cair na malha final susta, por exemplo, temporariamente a
restituição do Imposto de Renda, aos que têm direito, e acaba gerando muita dor
de cabeça ao contribuinte.
Mas tem como prevenir tudo isso.
A primeira coisa a fazer é juntar todos os documentos com
informações que vão ser lançadas na declaração do Imposto de Renda, com o
máximo cuidado e a máxima transparência possível.
As receitas de aluguéis e os ganhos de capital na venda de
imóveis são os itens mais propensos a dar problemas.
Para comprovar as deduções, aconselho que guarde todos os
recibos dos gastos e notas fiscais de despesas que possam ser deduzidas, como
educação e saúde.
Eis as minhas dicas básicas para evitar erros e omissões e
cair na malha fina.
·
Organizar documentos com antecedência de pelo
menos algumas semanas antes da entrega da declaração.
·
Ser transparente com a Receita Federal e
informar todos os rendimentos recebidos no ano anterior, assim como comprovar
todos os gastos que geram dedução. Revisar a declaração antes do envio à
Receita Federal para evitar erros de preenchimento.
·
Identificar operações que não ocorrem com
frequência, para evitar omissão de dados. Entre essas operações, estão compra e
venda de bens acima de R$ 5 mil, que podem gerar ganhos de capital.
·
Evitar a inclusão de dependentes em duas
declarações.
·
Incluir os rendimentos próprios dos dependentes,
como filho que recebe pensão de ex-cônjuge.
·
Evitar inclusão de despesas médicas indedutíveis
ou sem comprovação.
·
Acompanhar o processamento da declaração após a
entrega e retificar dados inconsistentes ou omitidos o mais rápido possível
Declaração pré-prenchida
Uma boa novidade este ano que pode prevenir erros e omissões
é a declaração pré-preenchida da Receita Federal. Nesse modelo, o contribuinte
recebe um formulário com dados de declarações enviadas por empresas, instituições
financeiras, imobiliárias e médicos, cabendo apenas conferir os dados. Todo o
processo é feito no Centro Virtual de Atendimento da Receita (e-CAC).
Porém, está disponível apenas para contribuintes com
certificação digital (tipo de assinatura eletrônica vendida no mercado). A
ferramenta poderá ser usada por quem tem conta tipo prata ou ouro no Portal
Gov.br.
A primeira coisa a fazer é comparar as informações com os
documentos antes de confirmar os dados. Caso encontre alguma divergência, deve
ajustar as informações e guardar o documento ou o recibo para eventuais
esclarecimentos ao Fisco.
Entregue a declaração pré-preenchida, aconselho então a
acompanhar o processamento da declaração, informado por meio do e-CAC. Caso
haja problemas, deve-se enviar, o mais rápido possível, uma declaração
retificadora, evitando que seja intimado pela Receita Federal.
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