sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Classe média é a que mais paga imposto sobre a renda

Uma pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) revela que uma pessoa que possui uma renda mensal entre 5 e 7 salários-mínimos paga uma alíquota efetiva de Imposto de renda de 5,98%; enquanto quem recebe mensalmente entre 15 e 20 salários-mínimos paga uma alíquota de 11,25%; e a classe de mais alta renda que percebe entre 240 e 320 salários-mínimos paga 5,31% de IR.

O estudo do Sindifisco tomou por base as declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física do exercício de 2022, ano calendário de 2021, entregues à Receita Federal.

A maior alíquota efetiva média do IRPF brasileiro é de 11,25%, e corresponde à faixa da classe média que percebe entre 15 e 20 salários-mínimos. A partir deste ponto, segundo o estudo dos auditores-fiscais da Receita Federal, a alíquota efetiva decresce até 5,31%, para os indivíduos com renda de 240 a 320 salários-mínimos mensais e aumenta para 5,43% para rendimentos acima de 320 salários-mínimos.

Única fonte de renda

Um dos principais motivos que explicam por que a alíquota mais alta, de 11,25%, recai sobre a classe média, se deve ao fato de a classe média geralmente ter salário como única fonte de renda, que é tributada pelo imposto de renda.

Por sua vez, as classes mais ricas tendem a receber um salário fixo (pró-labore), além de dividendos, que são livres de impostos.

Os números recolhidos pelo Sindifisco mostram que, na faixa de pessoas que recebem mais de 240 salários-mínimos mensais, cerca de 71% dos seus rendimentos são classificados como “renda isenta e não tributável”.

Além disso, as classes mais ricas conseguem pagar menos impostos porque possuem uma capacidade maior de aplicar o dinheiro em diferentes produtos, normalmente com menor incidência ou nenhuma tributação, enquanto as classes de pessoas com menor poder aquisitivo possuem opções mais limitadas de produtos de investimentos.

Aumentou a renda total declarada

A renda total declarada no País foi de R$ 4,238 trilhões, em 2021, um aumento expressivo comparado ao ano de 2020, quando foi de R$ 3,403 trilhões.

A categoria dos “lucros e dividendos recebidos pelo titular e pelos dependentes” totalizou, em 2021, R$ 555,68 bilhões. O crescimento foi de 44,61% ante os R$ 384,27 bilhões declarados em 2020. Para o Sindifisco Nacional, esse movimento se deve às expectativas dos agentes econômicos de uma possível tributação sobre lucros e dividendos distribuídos, no contexto da reforma tributária. Assim sendo, parte do empresariado antecipou a distribuição dos lucros para evitar uma provável taxação.

Por categoria profissional, segundo a mesma pesquisa, professores de ensino fundamental pagaram 8,1% de IR, enfermeiros (8,8%), bancários (8,6%), policiais militares (8,9%) e médicos (9,4%).

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